O “Memórias de São Francisco de Paula”, projeto que promove o conhecimento e o acesso ao patrimônio cultural de São Francisco de Paula, está de volta. Nesta edição, o pioneiro hotel da serra gaúcha, o Parador Hampel, do chef Marcos Livi, é o personagem central. O público poderá assistir a um documentário e participar de palestras e visitas guiadas que vão contar a história do local, fundado em 1899 pelo imigrante austríaco Franz Joseph Rudolph Hampel. A primeira tour guiada ocorreu na quinta-feira (18), com estudantes. Nesta etapa, o projeto tem financiamento do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo e apoio cultural do Parador Hampel.
O bem patrimonial Hampel é cadastrado no Instituto Histórico e Artístico do RS e indicado como patrimônio cultural da cidade de São Francisco de Paula. Por 125 anos, o estabelecimento viveu diferentes momentos, sem nunca mudar o uso ou fechar as portas.
A partir de personagens e fatos desta trajetória, o documentário cria uma ponte entre o passado e o presente. Assim, busca revelar o patrimônio, os valores que atraem gerações ao local e como o hotel ajudou a construir a identidade da região serrana que hoje movimenta bilhões de reais no turismo.
No documentário, o jornalista Eduardo Bueno, que escreveu três de seus livros no hotel, oferece a análise histórica. A arquiteta Renata Galbinski, ex-diretora do Iphae e superintendente do IPHAN no RS, fala sobre o patrimônio. Trabalhadores atuais e antigos frequentadores também ajudam a contar a história que começou a bordo do navio a vapor Itaparica, em 30 de março de 1893, quando Franz Hampel deixou a Europa pelo Porto de Hamburgo, na Alemanha.
A Fundação do Hampel
Franz Hampel desembarcou no Porto de Rio Grande, aos 39 anos. Foram 41 dias de viagem desde a Alemanha. Os planos do imigrante veterinário, porém, eram bem diferentes de sua formação. Logo comprou terras altas na Serra, casou-se em Porto Alegre com a jovem Albertina Clementina Meltcke, 20 anos, filha de alemães, e tornou-se um hoteleiro, em São Francisco de Paula.
Em local estratégico, instalou a sua ‘Quisisana’, uma espécie de SPA, cujo conceito trouxe da Europa e, em 1903, já atraía grande público oferecendo natureza, águas limpas e ar puro para o descanso e a melhora da saúde. O casal teve quatro filhos nascidos no hotel e administrou o Hampel até a morte de José, em 21 de abril de 1920. Albertina, seguiu na administração do bem, casada com o alemão Frederico Tedesco e teve mais um filho.
O PROJETO MEMÓRIAS
Em 2020, três bens culturais do município foram abordados pelo projeto Memórias de São Francisco de Paula (Cavalinho Branco e Lago São Bernardo, o centenário Colégio José de Alencar e o cinema Serrano, no distrito de Cazuza Ferreira).
Foram produzidos três documentários, Rodas de Memórias e um Livro, com recursos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio do Pró-cultura RS FAC Educação Patrimonial – Fundo de Apoio à Cultura, com realização e apoio da prefeitura. O conteúdo pode ser acessado no Instagram @memoriasdesaochico ou no canal do YouTube Viva São Chico.
O projeto é dirigido pela jornalista Lúcia Pires, que agora conta com o artista visual e diretor Luís Ferreirah, CEO da aDiáspora Films.
Serviço
O que: Memórias de São Francisco de Paula – Parador Hampel
Onde: Rua Boca da Serra, 445 – Indianópolis, São Francisco de Paula.
Visitas guiadas: 80% das vagas são reservadas para alunos de escola pública local.
Informações: whats (51) 98122-9680
Foto: Lúcia Pires
Ascom Parador Hampel