Um audacioso plano de transporte está em curso no Rio Grande do Sul, com a proposta de encurtar distâncias e revolucionar viagens entre Porto Alegre e Gramado. Anunciada em março, a iniciativa une três empresas com um objetivo de criar uma linha de trem que conecte esses destinos emblemáticos.
A visão é ambiciosa: um percurso de 84 km, reduzindo drasticamente o tempo de viagem para aproximadamente uma hora. Atualmente, a jornada por via terrestre pode variar entre duas e duas horas e meia, dependendo do tráfego.
O trajeto planejado partiria das proximidades do aeroporto Salgado Filho, atravessando áreas rurais de Canoas, Esteio, São Leopoldo, Parobé, Araricá, Nova Hartz e Santa Maria do Herval antes de alcançar o destino final em Gramado.
Inicialmente, não estão previstas paradas ao longo do percurso. A ideia é estabelecer partidas a cada hora, com a possibilidade de aumentar a frequência conforme a demanda e os horários de pico.
Uma lei federal de 2021 abre portas para iniciativas como esta, permitindo que empresas, com consentimento dos governos, desenvolvam, construam e operem linhas de transporte ferroviário. Se o projeto for aprovado, a concessão poderá ter duração de até 99 anos, conforme estipula a legislação federal.
Os prazos são definidos: uma vez obtida a aprovação governamental, as obras devem iniciar em até três anos. A operação está programada para começar sete anos após a assinatura do contrato.
O projeto está sob a liderança da RG2E Engenharia Consultiva, especializada em projetos de metrôs e ferrovias de passageiros, em parceria com a STE Engenharia, com vasta experiência em infraestrutura, e a BF Capital, dedicada à captação de investidores. Juntas, elas formaram a SulTrens.
O pedido de autorização para o empreendimento ferroviário já foi protocolado. Agora, aguarda-se a decisão do governo gaúcho. Se aprovado, o projeto entrará em fase de implementação. Caso contrário, será arquivado.
Vale ressaltar a história de Gramado e Canela, cujo turismo foi impulsionado no início dos anos 20 pelas viagens ferroviárias, quando os “veranistas” desfrutavam da Serra por meio dos trilhos.
Fonte: Redação HN
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