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21 de março de 2025

Hortênsias News

Prefeitura de Gramado aborda movimentação de terra, queda de prédio e Natal Luz em coletiva de imprensa

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Na manhã desta sexta-feira (24), a prefeitura realizou uma coletiva de imprensa para abordar questões que têm sido destaque na mídia nos últimos dias, especialmente as rachaduras que surgiram em diversas áreas da cidade devido ao elevado volume de chuvas, resultando no desabamento de um edifício na quinta-feira (23).

Diante da gravidade da situação, a prefeitura optou por declarar estado de calamidade na quinta (23) para permitir decisões mais ágeis.

A gestão municipal enfatizou que o comércio como um todo e os eventos continuam operando normalmente, mesmo diante da situação delicada. O prefeito Nestor Tissot destacou que 546 pessoas foram diretamente afetadas na cidade, concentrando-se principalmente no bairro Três Pinheiros, onde cerca de 120 famílias precisaram deixar suas residências. Dessas, 62 estão sendo acolhidas em abrigos.

O prefeito explicou que o fenômeno foi desencadeado pela quantidade excepcional de chuva na região. Há a expectativa de que, na próxima semana, algumas famílias possam retornar de maneira organizada e ordenada para buscar itens essenciais ou, possivelmente, para retornar às suas residências.

O acúmulo de chuvas ao longo do ano saturou o solo, atingindo um ponto crítico em que a água provocou deslizamentos e rachaduras. É crucial ressaltar que todos os moradores das regiões afetadas já haviam sido desalojados no domingo (19).

O poder público contratou, de forma emergencial, dois geólogos, contando com o auxílio de dois concursados. Há a previsão de um geólogo e professor da UFRGS reforçar a equipe neste final de semana. A preocupação da gestão é que as áreas afetadas nos deslizamentos não estavam identificadas como áreas de risco no Plano Diretor aprovado no final de 2022.

Em colaboração com o Serviço Geológico do Brasil, a prefeitura está realizando uma avaliação minuciosa da situação em diversos bairros, identificando rachaduras no solo e potencial risco de deslizamento, com um relatório detalhado a ser elaborado para orientar as decisões diante dessa crise iminente. Vale salientar que, segundo a gestão, o solo está estável desde quinta-feira (23).

O Residencial “Ana Carolina”, que desabou, estava localizado na Ladeira das Azaleias no bairro Planalto. Com uma área total construída de 3363.64 m² em cinco pavimentos, os destroços do prédio permanecem isolados, com avaliação contínua do Corpo de Bombeiros devido à instabilidade do solo. O condomínio de casas Don Felipe, na mesma rua, também foi atingido, levando à desocupação de seus moradores.

A administração, por meio de seus secretários, reforçou que o prédio estava oficialmente interditado desde meados de 2020, e, embora o condomínio tenha contratado uma equipe para realizar reparos estruturais, os laudos solicitados pelos órgãos municipais nunca foram apresentados.

O promotor de justiça Max Guazelli destacou em entrevista a necessidade de ampliar o mapeamento das áreas de risco no município, visando à prevenção de eventos semelhantes no futuro.

O Ministério Público vai requerer que a prefeitura de Gramado realize novos mapeamentos geológicos na região para identificar áreas de risco no município. Problemas estruturais no condomínio que desabou já eram registrados há aproximadamente cinco anos.

Nossa equipe apurou que moradores dos bairros Piratini e Alphaville estão se mobilizando para contratar uma perícia particular de geólogos devido à desconfiança de que tais fenômenos foram causados por detonações frequentes na região; coincidentemente a prefeitura de Gramado realiza próximo ao local uma grande obra de mobilidade urbana que é a ligação dos bairros Prinstrop e Piratini, na qual se faz necessária uma quantidade enorme de detonações devido aquele solo ser composto em sua maioria por rocha.

A prefeitura resolveu suspender temporariamente as licenças para detonação, assumindo a responsabilidade caso a perícia aponte seu envolvimento nos fatos, mas Tissot afirmou que quanto a esse fato a administração municipal está tranquila.

Finalizando a coletiva, a Secretária do Meio Ambiente destacou que Gramado é uma das poucas cidades do Brasil com um plano de contingência ativo, apto e eficiente.

SITUAÇÃO ATUAL DAS ÁREAS ATINGIDAS EM GRAMADO

Bairro Altos da Viação Férrea: três casas interditadas na quarta-feira, 22, na Travessa Locomotiva, devido ao risco de queda de barreira.

Bairro Prinstrop: uma residência foi interditada na quarta-feira, 22.

Bairro Três Pinheiros: todas as residências interditadas no domingo, 19, devido ao risco de deslizamento de terras.

Bairro Piratini, na Rua Nelson Dinnebier: 23 residências interditadas devido a rachaduras e deslizamento de terras, além de três veículos soterrados com perda total no sábado, 18.

ERS-115: Uma residência interditada junto a antiga Famastil no sábado, 18, devido ao risco de deslizamento de terras.

Rua Ladeira da Azaleias, no bairro Planalto: Interdição de todas as edificações da rua a partir do número 444. O Condomínio Residencial Ana Carolina e o Condomínio Residencial Don Felipe foram evacuados no sábado, 18, devido ao risco de deslizamento de terras.

Rua Alameda das Rosas, no bairro Planalto: Duas residências interditadas na terça, 21.

Linha Caboclo, na Rua Moreira: Cinco residências interditadas na terça-feira, 21, devido a rachaduras nas casas e risco de queda de barreira.

Linha Marcondes Baixa: Dois óbitos causados por soterramento no sábado, 18.

Fonte: Opinião in Foco
Roberto Matos
Coletiva de Imprensa
Foto: Anna Matos

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