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6 de dezembro de 2024

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Modo de fazer Queijo Artesanal Serrano é reconhecido como Patrimônio Imaterial do Estado

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Tradição de mais de dois séculos foi inscrita no Livro de Registro dos Saberes em solenidade na última quarta (30)

Na última quarta-feira (30), o Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano foi oficialmente inscrito no Livro de Registro dos Saberes do Estado como Patrimônio Imaterial do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2019, São Francisco de Paula foi pioneira ao reconhecer esse saber como Patrimônio Imaterial do Município, valorizando a produção que marca a identidade cultural dos Campos de Cima da Serra.

De acordo com o prefeito Marcos Aguzzolli, o reconhecimento estadual fortalece ainda mais a identidade local e promove a preservação das técnicas de produção artesanal, transmitidas ao longo das gerações. “Esse reconhecimento foi um passo importante para fortalecer a valorização do queijo serrano, que carrega a identidade histórica e cultural dos tropeiros e pecuaristas que contribuíram para a sua preservação ao longo de gerações”, ressaltou Aguzzolli.

O trabalho de inventariação do mais novo bem imaterial dos gaúchos foi realizado por representantes da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ascar-Emater/RS) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a assessoria técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), instituição da Secretaria da Cultura (Sedac).

A Secretária de Estado da Cultura Beatriz Araujo, destacou o trabalho contínuo do governo estadual no reconhecimento e cuidado com o patrimônio material e imaterial. “Esse momento foi construído a muitas mãos, durante muitos anos. É um início, e agora é preciso preservar esse saber para que ele continue sendo especial e um diferencial para toda a região”, afirmou Beatriz.

Conforme parecer técnico nº 007/2024, emitido pelo Iphae, a essência e os métodos tradicionais foram preservados, mesmo com as inovações tecnológicas, como a prensa hidráulica e o coalho industrial. A íntegra do documento, aprovado pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial em 6 de setembro, está disponível em bit.ly/modofazer_queijoserrano.

A partir do registro, serão desenvolvidas medidas de salvaguarda junto às comunidades. A proteção do bem imaterial se dá nos eixos mobilização social e alcance da política; gestão participativa no processo de salvaguarda; difusão e valorização; produção e reprodução cultural.

Sobre o Queijo Artesanal Serrano
A produção do queijo artesanal serrano começou há mais de dois séculos, com o estabelecimento das primeiras fazendas na região dos Campos de Cima da Serra. A produção do queijo serrano surgiu concomitantemente à atividade pecuária de corte extensiva na região, empreendida por colonos portugueses.

Apesar das transformações tecnológicas do bem cultural, a rede de significados que o envolve permanece vinculada aos tropeiros e produtores de outrora. Isso porque os produtores atuais se apropriam culturalmente do modo de fazer de maneira a remeter suas técnicas produtivas e comerciais a essas figuras históricas.

O Queijo Artesanal Serrano é um produto de grande importância econômica e ambiental para a região dos Campos de Cima da Serra. Em muitos casos, a produção é a principal renda de pecuaristas familiares, que dependem da atividade para a manutenção de suas famílias.

Além disso, as peculiaridades de sabor e textura do queijo serrano se devem à técnica de produção artesanal aplicada sobre matérias-primas locais (gado de corte e pastagem) adaptadas ao clima da região, fazendo a produção ser vinculada à preservação da paisagem e seus recursos como forma de manutenção das especificidades do queijo atreladas aos seus insumos.

Fotos: Josiele Silva
Ascom PMSFP

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