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27 de julho de 2024
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Indústria de couro e calçados retoma o crescimento com o Salão Internacional, em Gramado

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Dinarci Borges / Divulgação

Feira recebeu cerca de 12 mil visitantes e teve a presença de 200 importadores de 30 países

A indústria brasileira de couro e calçados vê um cenário positivo para o segundo semestre depois da 29ª edição do Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC), realizado no Centro de Eventos do Serra Park, em Gramado.

Com 12 mil visitantes e a presença de mais de 200 importadores de 30 países durante três dias de exposição, empresas garantiram a produção para os próximos meses (algumas com vendas acordadas até outubro). Expositores também calculam que o volume negociado deve ser 30% maior que o de 2019.

A feira é uma oportunidade para que, principalmente, lojistas e distribuidores conheçam e comprem produtos das marcas expostas.

Nesta edição, a SICC contou com 250 expositores e 1,4 mil marcas de couro e calçados. Além das vendas positivas, a diretora de relacionamento da Merkator Feiras e Eventos (promotora do Salão), Roberta Pletsch, destaca que os comerciantes querem evitar a falta de matéria-prima, registrada em 2020 e 2021 por conta da pandemia.

Muitos expositores venderam a produção até outubro. Há exemplos de marcas que venderam toda cota prevista para feira já no segundo dia.

Para nós, o produtor nunca dá número da receita deles. Mas, o que notamos entre os produtores, desde o pequeno, médio e grande é que eles venderam muito bem. Como teve antes a falta de fornecimento de matéria-prima, o lojista vem pra cá para comprar, porque se ele não comprar agora, fica com medo de ficar sem mercadoria — explica a diretora.

O Salão Internacional do Couro e do Calçado é o momento em que as marcas lançam as tendências da primavera-verão. Além das coleções coloridas, bem recebidas por compradores e lojistas, há outros fatores que podem explicar o aumento das vendas nesta edição. Roberta menciona o interesse dos Estados Unidos pelos produtos brasileiros.

 — A indústria projeta crescer em 3% neste ano, muito ligado à exportação, principalmente aos Estados Unidos, que não quis ficar tão dependente da China, porque lá tem que ser covid realmente zero, se não fecha tudo. Então, eles estão buscando o calçado brasileiro, devido a qualidade e ao design. Para nossa indústria, foi fabuloso — destaca Roberta.

Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as exportações de calçados do Brasil cresceram em 68% no período de janeiro a abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2021. O segmento nacional recebeu US$ 434,65 milhões de dólares pela venda de 53,72 milhões de pares, com o Estado ficando responsável por 46% deste montante.

O SICC pode ter confirmado os indicativos que eram notados no setor. No primeiro trimestre de 2022, novamente de acordo com a Abicalçados, a indústria gerou mais de 17 mil postos de trabalho (em um setor que emprega cerca de 280 mil pessoas).

Nesse cenário, o Rio Grande do Sul é o maior empregador do período, com 6,1 mil novas vagas — em um total de 82 mil pessoas trabalhando nesta indústria.

Além do cenário positivo, a diretora da Merkator garante que há um sentimento que parece ter ajudado nas vendas do salão internacional: a volta do modelo presencial, com lojistas e importadores podendo se maravilhar com os produtos e com a própria paisagem de Gramado.

 O que posso te garantir é que se tem uma coisa que não vai acabar são as feiras, em todos setores, mas principalmente para os calçados. O segmento digital veio para somar, é importante. Mas uma feira presencial é insubstituível.

Até pensamos que a feira não seria mais importante, a gente até fez a primeira feira virtual. Mas, o que posso dizer é que a presencial não tem nada que bate. O olho no olho, o contato, o ser humano estava precisando disso — afirma Roberta Pletsch.

Segundo semestre positivo

Expositores destacaram como a 29ª edição foi positiva, com vendas distribuídas até mesmo entre diferentes produtos. A diretora comercial e de marketing do Grupo Beira Rio no Rio Grande do Sul, Maribel Christiane da Silva, conta que o primeiro dia do salão de 2022 bateu o recorde de vendas da empresa para um único dia de feira.

 — A feira está sendo maravilhosa. Não só pelo clima de otimismo e de retomada das feiras presenciais, mas também pelas coleções que proporcionaram excelentes negócios e aprovação dos nossos clientes — observa a diretora comercial e de marketing.

Daniela Feldens / DivulgaçãoMaribel conta que Grupo Beira Rio bateu recorde de vendas para um único dia de feira nesta 29ª ediçãoDaniela Feldens / Divulgação

Maribel percebeu uma procura diversa entre os lojistas, com produtos de diferentes estilos, como calçados mais casuais, flats ou de solados arrojados e também de cores variadas. Entre os destaques, os sapatos de salto. Acessórios, como as bolsas, também tiveram boa procurada.

O SICC, realizado em Gramado, deixa uma expectativa positiva para o segundo semestre de 2022.  Na visão de Maribel, a volta da sociedade a eventos presenciais motivará o consumidor a buscar mais alternativas para o vestuário.

Segundo semestre de muito estilo, muitas vendas, cores e alegria espalhadas pelas ruas e pelo movimentos da moda – diz Maribel Christiane da Silva, antecipando a tendência da próxima estação.

Dinarci Borges / DivulgaçãoPróxima feira, a Zero Grau, é crucial para garantir a produção do início de 2023 Dinarci Borges / Divulgação

Antes da 30ª edição, Zero Grau acontece em novembro

O SICC tem a responsabilidade de lançar as coleções da primavera-verão. Após o salão internacional, Gramado já coloca os olhos no próximo evento da indústria de couro e calçados: Zero Grau. Realizada em novembro (em 2022, entre os dias 21 e 23), a feira de calçados e acessórios lança as coleções de outono-inverno de 2023.

Promovida pela Merkator e também organizada no Serra Park de Gramado, a Zero Grau tem o mesmo objetivo do SICC: oportunizar que empresas negociem os produtos com lojistas e importadores. Com o termômetro do salão internacional, a expectativa é de que as vendas continuem em alta, garantindo produção já para o ano que vem.

 — O expositor estará com a produção vendida até setembro e outubro. Então, a feira, em novembro, vai garantir o ano todo. Produz para dezembro e janeiro, e depois para fevereiro e março — comenta a diretora de relacionamento da Merkator Feiras e Eventos, Roberta Pletsch.

Da mesma forma, o Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC) está confirmado para voltar em 2023,com a 30ª edição, que será realizada entre os dias 22 e 24 de maio.

Fonte: Gzh
Bruno Tomé
Fotos: Dinarci Borges

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