O Connection Terroirs do Brasil acontece de 28 a 31 de agosto na cidade serrana
Os terroirs brasileiros, reconhecidos pela variedade de climas, solos e culturas, será o protagonista do evento Connection Terroirs do Brasil que acontece em agosto em Gramado. Com a correalização do Sebrae, o encontro irá debater caminhos para o desenvolvimento econômico, turístico e comercial de produtos originalmente brasileiros.
Para abordar o tema, estarão na cidade especialistas sobre o assunto, produtores de diferentes partes do país e agentes públicos. “Quando falamos em terroirs do Brasil, estamos falando sobre a qualidade de produtos originais, mas também sobre identidade, sobre tradição. É preciso reconhecer e valorizar a história por trás de cada processo para proteger a identidade do que é feito aqui”, explica Luciana Thomé, curadora do evento.
Um dos pontos a serem discutidos é a Indicação Geográfica (IG) – chancela atribuída a produtos que carregam aspectos históricos e culturais de um determinado local com características da área de produção – e como ela pode ser determinante para o desenvolvimento de comunidades.
“Ao garantir um selo de originalidade como a Indicação Geográfica, aquela região tem na mão a oportunidade de se desenvolver como um destino turístico, movimentando a economia local e possibilitando que toda a região cresça. Um exemplo é o café da Região do Cerrado Mineiro, que através do turismo oferece experiências criadas a partir de suas fazendas, torrefações, cooperativa e cafeterias, que ainda estimulam o empreendedorismo e a criatividade como oferta turística”, reforça Luciana.
Brasil tem 114 Indicações Geográficas (IG)
Apesar do seu potencial, o Brasil tem apenas 114 produtos com IG. A Itália, com uma área 28 vezes inferior, possui 892 produtos com selo de origem. A busca por novas indicações é um dos objetivos do evento, como explica Marta Rossi, CEO da empresa organizadora: “Queremos mostrar o potencial que o nosso país tem e conectar produtores com profissionais que possam auxiliar nesse desenvolvimento”.
Produtores das cinco regiões do Brasil que possuem o selo estarão em Gramado. Eles participam da Alameda Terroir, feira de exposição direta ao consumidor montada na Rua Coberta durante o evento. Já confirmaram presença produtores de bordado filé da Região das Lagoas Mundaú-Manguaba de Alagoas, cacau de Rondônia, cachaça da Região de Salinas em Minas Gerais, mel do Pantanal e vinhos e espumantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O café, produto com o maior número de IG do país, terá representantes de 12 das 14 regiões com Indicação Geográfica.
Além da Alameda Terroir, o Connection Experience também contará com palestras e conteúdo técnico, Circuito Gastronômico e de Experiências com a participação de restaurantes e parques da cidade, e Cozinha Show com aulas ministradas por chefs da região. O evento será realizado de 28 a 31 de agosto em Gramado.
Mas, afinal, o que é terroir?
Mais conhecido no mundo do vinho, o termo “terroir” é um conceito que leva em conta a influência de aspectos geográficos, físicos e biológicos na produção de um lugar. Ele pode ser aplicado além de características do terreno, considerando também influências históricas e culturais daquele lugar. Para melhor classificar cada tipo de terroir e entender a função deles dentro deste sistema, foram criadas as Indicações Geográficas (IGs) e suas subdivisões: Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO).
- Indicações Geográficas (IGs): Promovem a herança histórico-cultural de um determinado local com aspectos de área de produção definida, como a tipicidade, autenticidade e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo o padrão de qualidade.
- Indicação de Procedência (IP): Refere-se a produtos ou serviços originários de uma determinada região, cujas características ou qualidade são exclusivamente ou essencialmente atribuídas ao local de origem.
- Denominação de Origem (DO): É um tipo mais específico de IG, que implica a um produto com qualidades únicas ligadas ao local de origem, devido a fatores naturais e humanos específicos da região.
O Vale dos Vinhedos, por exemplo, é um local de Indicação Geográfica com selo de Denominação de Origem para os seus vinhos e espumantes finos. Os fatores agronômicos, enológicos, do solo e do clima integram o padrão de excelência na produção das vinícolas da região. Em 2012, o Vale dos Vinhedos foi reconhecido como a primeira Denominação de Origem para vinhos do Brasil.
PRODUTOS COM SELO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA QUE ESTARÃO EM GRAMADO:
Indicação de Procedência (IP)
Balas de Banana de Antonina (PR)
Bordado Filé da Região das Lagoas Mundaú-Manguaba (AL)
Cacau de Rondônia (RO)
Cacau de Tomé-Açu (PA)
Cachaça da Região de Salinas (MG)
Cachaça E Aguardente de Cana de Morretes (PR)
Café da Região de Garça (SP)
Café da Região de Pinhal (SP)
Café de Alta Mogiana (SP)
Café Mata de Minas (MG)
Café Sudoeste de Minas (MG)
Café do Norte Pioneiro do Paraná (PR)
Calçados Infantis de Birigui (SP)
Cerâmica Artística do Porto Ferreira (SP)
Chocolate Artesanal de Gramado (RS)
Doces Tradicionais de Confeitaria e de Frutas de Pelotas (RS)
Erva-Mate de São Matheus (PR)
Farinha de Mandioca de Bragança (PA)
Guaraná de Maués (AM)
Melado Batido e Melado Escorrido de Capanema (PR)
Mel do Oeste do Paraná (PR)
Mel do Pantanal (MS/MT)
Queijo Canastra (MG)
Queijo do Marajó de Marajó (PA)
Queijo Minas Artesanal do Serro (MG)
Queijos Colônia Witmarsum (PR)
Renda de Agulha em Lacê de Divina Pastora (SE)
Tambaqui Peixe Amazônico do Vale do Jamari (RO)
Uva Niagara Rosada de Jundiahy (SP)
Vinho de Bituruna (PR)
Vinhos de Farroupilha (RS)
Vinhos dos Vales da Uva Goethe (SC)
Vinhos e Espumantes da Campanha Gaúcha (RS)
Vinhos e Espumantes de Altos Montes (RS)
Vinhos e Espumantes de Monte Belo (RS)
Vinhos e Espumantes de Santa Catarina (SC)
Denominação de Origem (DO)
Arroz Litoral Norte Gaúcho (RS)
Banana da Região de Corupá (SC)
Café da Canastra (MG)
Café da Mantiqueira de Minas (MG)
Café das Matas de Rondônia (RO)
Café das Montanhas do Espírito Santo (ES)
Café de Caparaó (ES/MG)
Guaraná Nativo e Bastão de Guaraná da Terra Indígena Andirá-Marau (AM/PA)
Maçã Fuji da Região de São Joaquim (SC)
Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro (SC)
Própolis Vermelha e Extrato de Própolis Vermelha de Manguezais de Alagoas (AL)
Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO)
Café do Cerrado Mineiro (MG)
Vinhos do Vale dos Vinhedos (RS)
Vinhos e Espumantes de Altos de Pinto Bandeira (RS)
Foto: Rafael Cavalli
Ascom Connection