A coloração acinzentada do céu e o sol avermelhado devem persistir até pelo menos o dia 18 de setembro. Foto: Redação HN
Recentemente, moradores de diversas regiões do Brasil têm observado um céu tingido de laranja e um sol com tonalidades avermelhadas. Essas manifestações, embora visualmente impressionantes, são alarmantes indícios da poluição atmosférica provocada por queimadas. A situação é especialmente crítica no Rio Grande do Sul, onde, apesar do clima seco e ensolarado, o céu exibe um aspecto nublado e acinzentado.
Esse fenômeno é resultado da formação de uma pluma de fumaça proveniente de incêndios florestais, não apenas no Brasil, mas também em países vizinhos como Argentina, Bolívia e Paraguai. Essa pluma, situada a aproximadamente 1.500 metros de altitude, impede a passagem direta dos raios solares, criando um efeito de “espelhamento”. A luz solar se dispersa nas partículas de fuligem presentes na atmosfera, resultando na coloração avermelhada do sol, especialmente durante o amanhecer e o entardecer.
No Rio Grande do Sul, essa alteração no céu tem sido notável, mesmo na ausência de nuvens e com temperaturas elevadas. A fumaça não apenas diminui a intensidade da luz solar, mas também compromete a qualidade do ar, gerando riscos à saúde pública.
Incêndios em Níveis Recordes
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que, entre 1º de janeiro e 9 de setembro deste ano, o Brasil registrou 159.411 focos de incêndio, o maior número desde 2010, quando foram contabilizadas 163.408 ocorrências. A combinação de calor intenso, clima seco e queimadas tem intensificado a formação de um corredor de fumaça que se estende de norte a sul do país, afetando o clima, a agricultura e a saúde da população.
Previsão para os Próximos Dias
De acordo com a Climatempo, a coloração acinzentada do céu e o sol avermelhado devem persistir até pelo menos o dia 18 de setembro. A onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul, assim como os estados do Centro-Oeste e Sudeste, favorece o surgimento de novos focos de incêndio, aumentando ainda mais a quantidade de fumaça na atmosfera.
Embora uma frente fria esteja prevista para chegar ao Rio Grande do Sul no sábado, dia 14, trazendo chuvas, os meteorologistas alertam que a fumaça deverá continuar presente sobre o estado. A instabilidade climática não será suficiente para dissipar a pluma de poluição, uma vez que os ventos provenientes do norte continuarão a transportar a fumaça das regiões mais afetadas pelos incêndios.