Distribuição de 3500 pães, marmitas, água e cobertores aos desabrigados são algumas das ações promovidas pelo restaurante
Nutrindo esperanças, literalmente. É assim que a equipe do Catherine Gramado, restaurante tradicional da Serra Gaúcha, tem atuado durante o maior colapso climático já enfrentado pelo Estado do Rio Grande do Sul. O restaurante tem usado sua estrutura, que não foi afetada pelas enchentes, para produzir refeições para desabrigados e equipes de resgate. O restaurante já entregou 3500 pães, 2 mil marmitas quentes, 400 kits de sanduíche e água nas redondezas, especialmente no município de Três Coroas, um dos mais afetados pelas enxurradas. O restaurante se tornou também um ponto de arrecadação de kits de higiene, cobertores, fraldas e até ração para os pets.
O restaurante não fechou as portas, mas, com a ausência de clientes e de movimento, resolveu reaproveitar insumos e alimentos em ação solidária. O prejuízo foi revertido para o bem da comunidade. “A situação é desoladora, mas a solidariedade e a união da sociedade civil são fundamentais para reerguer os municípios. Nossa contribuição tem sido levar afeto e aconchego com refeições quentes. Esta é a nossa contribuição no momento”, destaca Nícolas Heckel, chef gaúcho e sócio do Catherine Gramado. Jovem, já ostenta um rico currículo de realizações no Brasil e no exterior, com passagens pelos premiados DOM, Maní, Brasil a Gosto e L’Amitié, em São Paulo, e restaurantes estrelados na Holanda e na Itália.
O maior desastre climático já enfrentado pelo Estado do Rio Grande do Sul, que atingiu 90% dos municípios e deixou mais de meio milhão de desabrigados, foi menos intenso na Serra Gaúcha. A devastação não atingiu diretamente os principais pontos de visitação da região das Hortênsias — que inclui Gramado, Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula —, mas as enchentes fecharam estradas e aeroportos. E terá impacto direto no turismo, especialmente nessa temporada outono-inverno.
Com a abertura do aeroporto de Canoas para voos comerciais, região metropolitana de Porto Alegre, o Catherine espera voltar a ter clientes e retomar os eventos, que se tornaram uma tradição do restaurante e ponto turístico obrigatório em pouco tempo na Serra Gaúcha. Além do menu autoral, a arquitetura impacta os visitantes. O restaurante está localizado num charmoso e histórico casarão, no centro de Gramado, em frente à Praça das Rosas. Em quase 500m2, a decoração alia tradição e modernidade. O restaurante preserva a memória da pioneira família Perini, que morou no casarão e se tornou referência em hotelaria na cidade. O respeito pela estrutura original aparece nos cômodos, detalhes e acabamentos. No chão de um dos salões e nas paredes da adega, há dormentes de trem. Elementos rústicos, como ferro, cipó e cimento queimado contrastam com cores vibrantes como laranja, rosa, verde e roxo. Flores estão espalhadas por todos os cantos da casa, até mesmo no teto da recepção.
O restaurante reverencia as mulheres em todas as suas dimensões: décor, menu, carta de drinques assinada pela mixologista Claudia Schumacher, a sommelière Rosa Fattori, em seus festivais ao longo do ano e nas apresentações musicais da casa, sempre dando protagonismo às mulheres. O nome do restaurante é uma homenagem à figura histórica de Catherine di Médici, a rainha consorte da França no século XVI, de origem italiana, que revolucionou a gastronomia e a cultura francesa.
“Não fomos atingidos fisicamente pelas enchentes, mas já sentimos o impacto brutal no turismo. Será um período tão difícil quanto o que enfrentamos na pandemia”, prevê Nícolas Heckel. Por isso, o pedido dos comerciantes da região é para que os turistas não cancelem suas viagens, mas reagendem à medida que estradas e aeroportos estejam liberados. A Serra Gaúcha é o principal motor do turismo no Estado e será também a chave para a reconstrução no Estado. Um motivo a mais para os turistas irem a Gramado e visitarem um de seus principais atrativos, o Catherine.
Fotos: Divulgação
Ascom Restaurante Catherine